O meu irmão mais velho, João Guido (Guidinho) após o falecimento de papai, foi trabalhar em Minas Gerais, bem longe de nossa cidade Natal. Era o xodó da mamãe e tal fato era compreensível: além de ser o primogênito, ele nasceu exatamente no dia em que ela completava 23 anos. Ele foi viver com a família de um tio amantíssimo mas, mesmo assim, a separação foi doída para os dois. Ele nos visitava uma vez por ano, nas férias. Além da distância, as passagens pesavam muito no orçamento.
Depois de alguns anos distante, ele chegou para as férias muito tristonho. Mamãe percebeu. Aperta daqui, aperta dali, ela conseguiu fazer com que ele falasse. Estava desanimado porque não via futuro para ele, na empresa em que estava. Trabalhador dedicado, até então não conseguira nenhuma melhoria na carreira. Estava pensando em tentar a sorte em outro lugar. Mamãe ouviu muito quieta, os argumentos do filho e sugeriu que pensasse bem, antes de tomar a decisão. E ele voltou para Minas; isso foi em dezembro.
Em janeiro, mamãe arranjou um jeito de ir passar uns dias em Niterói. Todos estranharam, pois ela não era de deixar a casa por qualquer motivo. Só algo muito importante a levaria a fazer uma viagem. Arrumou uma pequena mala e partiu. Ninguém sabia que, em sua bagagem, ela levava o telefone e o endereço da presidência da empresa, que ficava localizada no Rio de Janeiro. Conseguiu um pequeno encontro com o presidente e abriu seu coração, como quem fala a um grande amigo. Falou da perda do marido; do filho que foi para longe; de como ela o havia criado. Pediu que ele investigasse que tipo de funcionário ele era e da vontade que ele estava de sair da empresa por não sentir-se reconhecido. Com a promessa do presidente de que iria conferir a história, ela voltou a casa.
Não sei quanto tempo demorou para chegar uma carta de Guidinho, narrando que havia sido promovido e que continuaria em Minas Gerais. Ele estava muito feliz, porque já estava namorando uma jovem com a qual, anos mais tarde veio a se casar.
Só então mamãe contou a sua peripécia, que foi confirmada por um motorista da empresa, amigo da nossa família.
Mamãe era assim: tinha medo de temporal, acendia palha benta e tapava espelhos ao menor sinal de relâmpago. Mas se transformava em uma guerreira na defesa dos filhos. Até desafiou um Presidente da República, em certa ocasião... Mas isso é outra história. Para outro dia.
Depois de alguns anos distante, ele chegou para as férias muito tristonho. Mamãe percebeu. Aperta daqui, aperta dali, ela conseguiu fazer com que ele falasse. Estava desanimado porque não via futuro para ele, na empresa em que estava. Trabalhador dedicado, até então não conseguira nenhuma melhoria na carreira. Estava pensando em tentar a sorte em outro lugar. Mamãe ouviu muito quieta, os argumentos do filho e sugeriu que pensasse bem, antes de tomar a decisão. E ele voltou para Minas; isso foi em dezembro.
Em janeiro, mamãe arranjou um jeito de ir passar uns dias em Niterói. Todos estranharam, pois ela não era de deixar a casa por qualquer motivo. Só algo muito importante a levaria a fazer uma viagem. Arrumou uma pequena mala e partiu. Ninguém sabia que, em sua bagagem, ela levava o telefone e o endereço da presidência da empresa, que ficava localizada no Rio de Janeiro. Conseguiu um pequeno encontro com o presidente e abriu seu coração, como quem fala a um grande amigo. Falou da perda do marido; do filho que foi para longe; de como ela o havia criado. Pediu que ele investigasse que tipo de funcionário ele era e da vontade que ele estava de sair da empresa por não sentir-se reconhecido. Com a promessa do presidente de que iria conferir a história, ela voltou a casa.
Não sei quanto tempo demorou para chegar uma carta de Guidinho, narrando que havia sido promovido e que continuaria em Minas Gerais. Ele estava muito feliz, porque já estava namorando uma jovem com a qual, anos mais tarde veio a se casar.
Só então mamãe contou a sua peripécia, que foi confirmada por um motorista da empresa, amigo da nossa família.
Mamãe era assim: tinha medo de temporal, acendia palha benta e tapava espelhos ao menor sinal de relâmpago. Mas se transformava em uma guerreira na defesa dos filhos. Até desafiou um Presidente da República, em certa ocasião... Mas isso é outra história. Para outro dia.